[quando General Z
vir esta f.
nunca mais
vai dizer :
«o ESCRIT.
de G.
está
um
Caos»]
Foto de Albuquerque Mendes, por Fernando Veludo / Infactos, Público, 13 - 05 - 2012, pp. 30-31
Reportagem, Entrevista de Sérgio C. Andrade
Título: «A pintura não me chega» (série: «A minha história da arte»)
Alguns Recortes:
Pintor e performer nascido na Beira
Alta e fixado no Porto desde o início da década de 1970, Albuquerque Mendes tem
uma obra marcada pela iconoclastia com que aborda temas como a religião, a
saúde e a sua própria biografia. Começou a fazer “rituais” em 1974, e sempre
entendeu a pintura como uma encenação litúrgica. […]
Não é fácil
entrar no atelier […].a acumulação de quadros, pastas, caixas,
sacos, livros e brinquedos quase impede o acesso a este mundo mágico do artista
em acção, rodeado por um mar de objectos. […]
Para evocar a
sua infância na Beira Alta, fez-nos subir ao mezanino do atelier, também pejado
de armários, sacos com a recolecção dos objectos mais diversos —
“tudo isto é para reciclar para as minhas obras” —, estantes e livros, com
destaque para a banda desenhada que dourou a sua infância — “lia
principalmente o Pato Donald e o Zé Carioca, que o meu pai mandava vir do
Brasil; mas também li, nos anos da escola primária, Os 120 Dias de
Sodoma, do
Sade, e A
Cartuxa de Parma, do Stendhal, que me impressionou
muito, mesmo se eu não percebia muito bem o que aquilo era”. Há também
os brinquedos — ou melhor, o que resta […]
Mas as
diferentes camadas em que se vai acumulando o acervo afectivo do pintor contêm
igualmente preciosidades bibliográficas, como as primeiras edições dos livros
de Ana Hatherly — “Tenho-os todos, gosto de tudo o que ela faz” — e d’A Invenção do
Dia Claro (1921),
de Almada Negreiros, uma antiga edição ilustrada de Les Chansons
de Bilitis,
de Pierre Louÿs, ou o belíssimo volume com as sombras de Lurdes Castro (D’Ombres, Antuérpia,
1974) e o catálogo da histórica exposição Alternativa Zero, que José
Ernesto de Sousa organizou em Lisboa em 1977, uma das primeiras em que
Albuquerque participou. […]
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[...] numa das suas primeiras performances Ritual, Os Tês Dedos da Mão do Arco-Íris, no Porto, em 1977 |