- E. não sabe se continuará a chamar «Envelopes» aos «Testamentos Obrigatórios»...; «Covid» vai tornar tudo mais «leve», espera-se..., isto é, menos Físico, mais «Etéreo»
- na crónica de ontem, no «Expresso», T. M. vai da «Carta de Pessoa a A. C. M.» até a uma recente «Maravilha Gráfica», passando por Lourdes Castro...
[...] um dos
livros mais bonitos e cuidados desta rentrée: tem por
título “Poemas Envelope” e é da poeta norte-americana Emily Dickinson
(1830-1886). O título “Poemas Envelope” refere-se não tanto ao facto de estes
poemas terem sido escritos em envelopes já usados, quanto a dependerem na sua
natureza do suporte precário em que foram escritos. Como se diz na nota de
tradução que acompanha o volume, Dickinson abria cuidadosamente os envelopes
que recebia e cortava-os “em formas diferentes, num gesto económico de
aproveitamento do papel, mas que visava também criar uma forma à qual a escrita
teria de responder”. De facto, como se vê nas imagens que o volume reproduz, “a
direção, o corte do verso, a separação entre palavras, a contenção, as
variantes, são guiadas pela forma do papel”. Num fragmento de envelope que se
parece com a copa de um cálice, Emily Dickinson gravou estes versos: (...)