domingo, 18 de outubro de 2020

Envelopes, Cartas, Tolentino Mendonça

 - E. não sabe se continuará a chamar «Envelopes» aos «Testamentos Obrigatórios»...; «Covid» vai tornar tudo mais «leve», espera-se..., isto é, menos Físico, mais «Etéreo»
- na crónica de ontem, no «Expresso», T. M. vai da «Carta de Pessoa a A. C. M.» até a uma recente «Maravilha Gráfica», passando por Lourdes Castro...

RECORTE:
[...] um dos livros mais bonitos e cuidados desta rentrée: tem por título “Poemas Envelope” e é da poeta norte-americana Emily Dickinson (1830-1886). O título “Poemas Envelope” refere-se não tanto ao facto de estes poemas terem sido escritos em envelopes já usados, quanto a dependerem na sua natureza do suporte precário em que foram escritos. Como se diz na nota de tradução que acompanha o volume, Dickinson abria cuidadosamente os envelopes que recebia e cortava-os “em formas diferentes, num gesto económico de aproveitamento do papel, mas que visava também criar uma forma à qual a escrita teria de responder”. De facto, como se vê nas imagens que o volume reproduz, “a direção, o corte do verso, a separação entre palavras, a contenção, as variantes, são guiadas pela forma do papel”. Num fragmento de envelope que se parece com a copa de um cálice, Emily Dickinson gravou estes versos: (...)