sábado, 22 de julho de 2023

Dionísio, escravo, bibliotecário, ladrão de livros

 - atingida a p. 292, na ESP. do R., manhã cedo, quando o Sol ainda não «rompera» a Névoa...; (Julho, na Zmab, até agora, não muito quente; é que Abril «assustou»...)

RECORTE(S)

    Para a organização geral da sua biblioteca, não lhe bastou o seu pessoal comum. Apaixonado pelos seus livros, quis contar com os serviços de um especialista. Recorreu então a Tiranião, um desses muitos estudiosos gregos arrancados da sua pátria para serem vendidos como escravos. [...] Cícero escreve a um amigo: «Quando vieres, vais poder ver a maravilhosa organização que o Tiranião fez dos meus livros na Biblioteca.» Mas nem todos os escravos ilustrados de Cícero foram tão dóceis, nem lhe deram tantas alegrias. No Outono do ano 46 a. C., o orador escreveu uma carta ao seu amigo e governador da Ilíria (um território que hoje faz parte da Albânia, Croácia, Sérvia, Bósnia e Montenegro). Estava irritado e decepcionado. O seu bibliotecário-chefe, um escravo chamado Dionísio, tinha estado a roubar-lhe livros para vendê-los e, quando finalmente foi descoberto e ia receber o seu castigo, fugiu. Um conhecido julgava tê-lo visto em Ilíria. Cícero implora ao seu amigo, general dos exércitos destacados na zona, que lhe faça um insignificante favor - [...] - apanhá-lo e trazê-lo de volta [...]

Irene Vaçejjo, O infinito num junco, 2020, pp. 275-276